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CIDADE - JARDIM



VISEU CIDADE-JARDIM: UM TÍTULO COM MAIS DE 80 ANOS

A atribuição do epíteto de Cidade-Jardim a Viseu não é de agora. Entre os anos 20 e 30 do século XX, diversos executivos municipais promoveram melhoramentos ao nível dos espaços públicos da cidade. As autênticas manchas florestais constituídas pelo Parque do Fontelo e pela Cava de Viriato conjugavam-se com os diversos jardins (alguns de criação recente) e com o crescente número de árvores rodeando as novas artérias urbanas. Os guias turísticos dos anos 40 do século XX e os relatos dos viajantes que demandavam a cidade por essa altura já faziam eco dessa fama de Cidade-Jardim.

A consagração institucional desse epíteto está documentada desde 1935, através da promoção turística desenvolvida pela Comissão de Iniciativa e Turismo de Viseu, uma das dezenas de entidades similares criados pelo regime republicano, em 1921, para o desenvolvimento do turismo a nível local.

Responsável pelo surgimento dos primeiros cartazes turísticos da cidade em 1928, a referida Comissão, já sob a presidência de Almeida Moreira (diretor do Museu Grão Vasco e Vereador responsável pelos jardins da cidade desde 1918), decidiu renovar a imagem turística da cidade com um novo concurso dirigido a artistas “para a apresentação de um cartaz de propaganda turística a Viseu”. A 17 de maio de 1935 foi aprovada por unanimidade a proposta de Manuel de Gouveia, artista do Porto: o cartaz representava o claustro renascentista da Sé, ostentando a legenda “Viseu: Cidade Jardim da Beira”.

Esse documento pouco conhecido, cuja preservação e disponibilização devemos à Biblioteca Nacional, atesta pois a valorização, há 80 anos, dos espaços ajardinados como qualificação da paisagem urbana e imagem de marca de Viseu.